Francivaldo da S.
Sousa (Vavá Silva)
Comunidade Remidos no Senhor
É somente Mateus quem nos dá uma
definição acerca da natureza desta mudança no semblante de Cristo. Depois de
afirmar, como Lucas, que Jesus “foi transfigurado diante deles”, o mesmo
evangelista acrescenta: “Seu rosto resplandeceu como o sol” (17,2), o que nos
remete à mesma experiência de Moisés, quando, depois de falar com Deus, desce
do monte com o rosto resplandecente (cf. Ex 34,29).
Durante a Transfiguração de Cristo,
ao mesmo tempo em que era reiterada a sua filiação divina (cf. Mt 17, 5b), o
seu rosto brilhava, irradiando a glória de Deus. Disso se depreende o seguinte:
o homem que se aproxima de Deus, de sua presença, experimenta, por assim dizer,
uma verdadeira metamorfose, não apenas de caráter interior, subjetivo, como
também externo, visual. Destarte, o homem em quem Deus se compraz (cf. Mt 17,5)
expressa o brilho da glória divina não apenas em suas palavras e ações, mas
também em seu rosto. Foi assim com Cristo, foi assim com Moisés, será também
conosco.
Assim posto, passemos ao segundo termo, “desfiguração”. Na hora da Paixão, aquela mesma face que resplandeceu como o sol, muda novamente de fisionomia. Mas desta vez o efeito é contrário. Penso não haver descrição mais emblemática deste momento da vida de Cristo do que a de Isaías. O profeta veterotestamentário descreve-o da seguinte maneira: Ele “não tinha beleza nem esplendor que pudesse atrair o nosso olhar, como pessoa de quem todos escondem o rosto” (53, 2b. 3a). Mas qual foi a causa de tamanha mudança? O que tornou horripilante a face do mais belo dos filhos dos homens? (cf. Sl 45/44,3). “Eram os nossos sofrimentos que ele levava sobre si”; Ele foi “esmagado por causa das nossas iniquidades” (Is 53,4a.5a), responde-nos, categoricamente, o mesmo profeta.
Assim posto, passemos ao segundo termo, “desfiguração”. Na hora da Paixão, aquela mesma face que resplandeceu como o sol, muda novamente de fisionomia. Mas desta vez o efeito é contrário. Penso não haver descrição mais emblemática deste momento da vida de Cristo do que a de Isaías. O profeta veterotestamentário descreve-o da seguinte maneira: Ele “não tinha beleza nem esplendor que pudesse atrair o nosso olhar, como pessoa de quem todos escondem o rosto” (53, 2b. 3a). Mas qual foi a causa de tamanha mudança? O que tornou horripilante a face do mais belo dos filhos dos homens? (cf. Sl 45/44,3). “Eram os nossos sofrimentos que ele levava sobre si”; Ele foi “esmagado por causa das nossas iniquidades” (Is 53,4a.5a), responde-nos, categoricamente, o mesmo profeta.
A maldade produz também no ser
humano uma mudança de aspecto, mas em sentido inverso. Enquanto que a
proximidade de Deus torna o semblante do homem resplandecente, irradiante, a
cercania do mal o deixa desfigurado, por vezes irreconhecível, em última
análise, abatido, como Caim (cf. Gn 4,6).
Email do autor:
vavasilvaremido@hotmail.com
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