segunda-feira, 6 de maio de 2013
Plataforma Espanhola de afirmação do “matrimônio natural” lança vídeo no Youtube.
terça-feira, 26 de março de 2013
PERMANECEI AQUI E VIGIAI COMIGO
“Disse-lhes,
então: ‘Minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai comigo’”
(Mt 26,38)
Na iminência de sofrer tudo o que haveria de sofrer,
Jesus foi a um lugar chamado “Getsêmani” (que quer dizer “lagar do azeite”),
situado ao pé do Monte das Oliveiras. Acompanhado dos seus discípulos, ele solicitou destes que se sentassem um pouco, enquanto
se afastaria para orar. Entretanto, levou consigo Pedro, Tiago e João (cf. Mt
26, 36-37).
Ali, com seus
amigos mais próximos, Jesus parece ter encontrado ambiente para manifestar
sentimentos de tristeza e de angústia. Com pavor diante da morte e experimentando
o desejo natural de escapar dela, ele requisitou a “vigília”, ou seja, a
atenção daqueles que ao longo de aproximadamente três anos havia compartilhado
de sua intimidade. Menos ainda: Jesus solicitou a simples presença deles.
“Permanecei aqui”, disse, certamente, em tom de quem precisa, com humildade e
expectativa de ser atendido.
Os amigos de Jesus não podiam fazer muita coisa. Não
podiam evitar que ele fosse preso, torturado e morto. Porém, eles podiam ficar ali, com ele, vigiando. Um pouco de esforço e teriam vencido o sono,
conferindo uma presença capaz de atenuar as emoções confusas de quem estava
preste a viver uma situação difícil. Com essa requisição, Jesus não estava
eximindo-se de suas dores nem de sua obrigação que, sabia, precisava enfrentar
sozinho. Ele apenas queria “uma hora” de companhia (cf. Mt 26, 40b).
Não é muito o que Deus
nos pede nesta Semana Santa. Também não somos capazes de alterar a situação de
indiferença frente aos mistérios da Paixão de Nosso Senhor, coisa cada vez mais
vista em nossos dias e que se exprime nos atos de quem faz pouco caso desses
dias sagrados. Mas podemos ficar com Jesus, dar-lhe nossa companhia. Por uma
hora que seja. O nosso amor fará uma grande diferença (em contraste com a indiferença).
Nesse momento, a presença é a principal forma de
oração. Até porque, a quem e por quem pediremos? A Deus, por Jesus? Isso não
parece razoável. Outrossim, de nada adiantarão nossas reclamações e críticas
aos que vivem mal. Importa, antes, que
sejamos amigos de verdade. E se queremos pedir algo, que o peçamos à Cruz:
que ela abrande as fibras mais duras e minore os sofrimentos do Rei, até que
Ele triunfe.
RONALDO JOSÉ DE SOUSA
(Doutor em sociologia e Co-fundador da Comunidade
Remidos no Senhor)
quinta-feira, 14 de março de 2013
O PAPA DO “FIM DO MUNDO”
“Annuntio vobis
gaudium magnum: Habemus Papam”
Parece que, de uma hora pra outra todo o
mundo (todo mesmo, sem exagero!) passou a entender e se interessar por
liturgia, por aprender um pouco de latim, de direito canônico, de cristianismo,
de catolicismo. É o poder e dom da figura do Papa que traz com ele toda a
beleza da Igreja Católica e do Cristianismo. A beleza do esposo e da esposa.
Aquilo que profeticamente o Papa Emérito Bento XVI já nos dizia na Porta Fidei: é “a força e a beleza da
fé” (N.º 4).
Pudemos perceber nestes dias que sucederam a
renúncia do – agora – Papa Emérito Bento XVI – até o dia da eleição do novo
Pontífice, o quanto a Igreja ainda atrai e encanta o mundo, pois mesmo aqueles
não simpatizam com a esposa de Cristo se renderam, ainda que por curiosidade, à
linda liturgia Romana no seu rito de eleição papal. A grande mídia do mundo
inteiro voltou suas lentes e olhares para o Vaticano. Repórteres assumindo
publicamente, ao vivo, a sua emoção por estar ali naquele lugar santo.
Sabemos e acompanhamos as liturgias e
celebrações em preparação ao Conclave e, de igual modo, os repórteres e o mundo
deixando-se encantar pela beleza que é a nossa liturgia e nossa Igreja, rica em
sinais, gestos e espiritualidade. Imediatamente surgiu uma curiosidade por
aprender os significados, os termos, os gestos, a tradição e, a mídia que por
tantas vezes tem sido canal de perseguição da fé terminou por nos dar uma
verdadeira catequese, mesmo que não-intencional.
Em poucos dias, os católicos que não sabiam o
que o significado de decano,
aprenderam que se trata daquele mais antigo do colégio dos cardeais;
aprendeu-se que o protodiácono é o
cardeal mais velho da ordem dos cardeais-diáconos e que traz a peito a missão
de anunciar a nova eleição papal com a tão esperada frase: Habemus Papam, temos um Papa.
Foi interessante ver os noticiários
convidando os sacerdotes para suas entrevistas nos telejornais e outros
veículos de comunicação a fim de dar as devidas orientações daquilo que seguia
em todo o rito do Conclave. O Evangelho penetrou nos milhões de lares em todo o
mundo e os apóstolos de Cristo fizeram uma grande catequese a partir da grande
mídia para as casas e a todos os homens de boa vontade (pois mesmo os
não-católicos também acompanharam com muito interesse).
Estes apóstolos e pastores, como tais, foram
formando o povo de Deus e descobrimos as diferenças entre os cardeais. O senso
comum apenas sabia que para se tornar cardeal era necessário ser bispo. Mas
outros meandros compõem esta hierarquia: compreendemos, então, que existe o Cardeal-bispo, que são aqueles tem por
responsabilidade uma das sete dioceses suburbicárias em Roma; já os Cardeais-presbíteros são os cardeais que
comandam as diversas dioceses e arquidioceses fora de Roma, pelo mundo afora,
onde eles servem como pastores, mas quando estão em Roma possuem uma
titularidade em uma das igrejas na diocese de Roma. Por exemplo, o então
Cardeal Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, antes do pontificado detinha a
titularidade da igreja S. Roberto Bellarmino; por fim, os Cardeais-diáconos são os prelados que auxiliam o Papa de perto,
geralmente assumindo os dicastérios romanos, como os Conselhos Pontifícios.
Por outro lado, não poderia deixar de dizer
também sobre a enorme onda de especulação feita pela mesma grande mídia. Em
alguns países houve até quem ganhasse dinheiro fazendo “bolão” de apostas.
Aprendemos, ainda, que momentos assim não são para especulação, mas para
oração. E isso nos ensinou o Santo Padre ao pedir que seus fieis orassem por
ele. Num gesto de extrema humildade, quebrando todos os protocolos, aquele que,
a rigor, deveria nos abençoar pede que nós o façamos por ele, pela sua missão e
ministério. Somente após e então, ele, “confirmado pelos irmãos” (Cf. Lc 22,32),
Lança a todo o mundo a bênção Urbi et
Orbi, um outro termo que também aprendemos nas catequeses televisionadas
por tantos e tantos sacerdotes convidados pelos mais diversos programas.
Por falar em especulações você pode estar se
questionando sobre o título deste artigo e o porquê de até agora não ter tocado
no assunto. A verdade é que sempre e a cada novo pontificado muitos
“especuladores” e “teóricos da conspiração” procuram enxergar nestas mudanças o
anticristo e o fim do mundo, alguns se valem das tais “Profecias de São
Malaquias” para justificarem suas teses. Gostaria de dizer que estes
“conspiracionistas” cometeram um erro grave de interpretação e, a mídia, uma
gafe no que toca à verdade dos fatos.
O “fim do mundo” pregado por tantos somente
agora podemos ter compreensão do que se tratava: da terra de onde veio o nosso,
já, querido Santo Padre, a Argentina. Por se tratar da terra mais austral do
globo ela recebeu este apelido, ou seja, ela está mais ao sul, diria, na
“extremidade” do globo. Disse-nos o Papa:
“Vós
sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus
irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo”.
Apenas isso. Sem apocalipse, sem alarde, sem
fogo nem enxofre, mas um verdadeiro Evangelho, uma Boa-Nova foi anunciada com e
pelo Papa Francisco. E “bendito seja aquele que vem em nome do Senhor” (Sl
117,26; Mt 21,9. 23,39; Mc 11,9; Lc 13,35. 19,38; Jo 12,13). A propósito, seu
nome será tão somente Papa Francisco.
Não tem o “primeiro”, exceto quando, no futuro algum outro Pontífice queira ser
chamado também por Francisco, então este se tornaria Francisco II, ao que o
atual Santo Padre passaria a ser chamado Francisco I. Portanto, apenas
Francisco. Simples como é a pessoa que carrega o nome. Sem báculo, sem ouro,
sem carro oficial, apenas um Francisco entre tantos Franciscos (que orgulhosamente
também o sou).
No entanto, não há como fazer comparações
entre ele e os antecessores, não é melhor nem pior, apenas cada um tem seu
carisma que lhe é próprio. Podemos dizer que o Papa João Paulo II era o homem
dos grandes gestos, carismático; Já o Papa Bento XVI pode ser caracterizado
como o homem de grande intelecto; Papa Francisco, a contar pelo seu primeiro
dia, começa a ser marcado como o homem de grande afeto. Cada um a seu modo
conquistou e serviu o povo de Deus. Cada um a seu modo, grande. Cada um com seu
carisma conduziu a barca de Pedro, a Igreja, rumo à vontade de Deus e não será
diferente agora, porque a barca é do Senhor!
De fato, Deus nos ama tanto que vai até aos
confins do mundo resgatar seu povo. Vejo como um grande símbolo de seu
pontificado esta afirmação, que sem intenção, termina por indicar a urgência da
Nova Evangelização e nós, leigos, devemos tomá-la por nossa responsabilidade.
Um Papa do Novo Mundo para evangelizar o Velho Mundo. Um Papa da Nova
Evangelização, em tempos de urgente evangelização.
“Irmãos
e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e
até breve! Ver-nos-emos em breve (...). Boa noite e bom descanso!”.
(Papa Francisco).
Por
Francisco Elvis
Rodrigues Oliveira
(Ministério de Pregação – RCC/CE)
elvisroliveira@hotmail.com
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