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sábado, 20 de março de 2010

Religião e sociedade de consumo

RELIGIÃO E SOCIEDADE DE CONSUMO
A relação entre religião e consumismo moderno a partir da prática da Comunidade Carismática Canção Nova
(Ronaldo José de Sousa)
Resumo

Este artigo discute a relação entre religião e sociedade de consumo, buscando perceber se o consumismo moderno está presente na natureza das relações entre as instituições religiosas contemporâneas e seus fiéis. O ponto de partida é a comunidade carismática Canção Nova, uma instituição católica que oferece serviços religiosos por meio de um sistema de comunicação, especialmente por um canal de televisão. Observa-se que o consumismo é um traço característico da sociedade contemporânea e está presente também na esfera religiosa, sendo verdade que a religião sofre os apelos da “sociedade de consumo”. Entretanto, esse não é o elemento predominante. Conquanto preliminarmente, as constatações obtidas sobre a Comunidade Canção Nova apontam para a autonomia relativa da religião que, no caso em foco, manifesta-se por meio do discurso cançãonovista centrado na providência divina e no compromisso dos sócios. Além disso, a Canção Nova promove um sentido de pertença que a distancia da lógica consumista e dá-lhe características de uma “comunidade midiática”.

Palavras-chave: Religião; Consumismo; Comunidade.

1. Introdução

Minha intenção neste artigo é discutir a relação entre religião e sociedade de consumo a partir de um olhar sobre a Comunidade Canção Nova . Arraigada numa sociedade cujo nexo cultural passa necessariamente pela lógica do consumo, a religião sofre os apelos do consumismo? Para sobreviver no mundo atual, a religião tem que, forçosamente, responder às demandas de um público cada vez mais ávido por novidade e por prazer? O consumismo está presente na própria natureza das relações entre as instituições religiosas e seus fiéis?
Para tentar responder a essas e a outras perguntas do gênero, algumas constatações a respeito da Comunidade Canção Nova podem ser emblemáticas. O fato de promover uma dinâmica carismática, oferecer serviços religiosos por meio de um sistema de comunicação e gerar, através dessas atividades, uma vasta linha de produtos religiosos, faz da Canção Nova um espaço capaz de revelar excelentes indicações sobre o modo como a religião está relacionada com a sociedade de consumo. Os argumentos aqui apresentados foram depreendidos dos procedimentos iniciais de pesquisa adotados para a minha tese de doutorado, ainda em andamento, argumentação esta que coloquei em diálogo com a literatura especializada.
Trato o assunto da seguinte maneira: seguindo alguns autores, inicialmente caracterizo o consumo como um elemento fundamental para compreender a sociedade contemporânea. A seguir, discuto sobre como a religião está imbricada nessa tendência, embora apresentando algumas particularidades. Depois, com base em observações preliminares e na ainda escassa produção científica a respeito da Comunidade Canção Nova, analiso os elementos contidos na relação que esta estabelece com grande número de pessoas através da televisão e o modo como essa comunidade carismática católica confronta seu jeito de ser com as tendências consumistas contemporâneas. São essas constatações que me permitirão dizer algo sobre a relação entre religião e sociedade de consumo.

2. O consumo na sociedade contemporânea

Na prática do consumo talvez esteja uma pista fundamental para a compreensão da sociedade atual. Enquanto o capitalismo em sua fase anterior, o capitalismo industrial, tinha como pano de fundo a produção de bens e a satisfação de necessidades, seu presente momento se caracteriza por uma ênfase no consumo; este elemento comportamental vai além do simples utilitarismo dos objetos, pois estes se transformam em realidades significadas; neles reside o desejo e não apenas a precisão.
Essa migração da ênfase que se dava à produção para o primado do consumo não significa dizer que no estágio atual do capitalismo se produz menos; apenas se enfatiza a transferência de sentido, ou seja, a mudança dos significados assumidos pelos indivíduos em confronto com sua convivência social. O consumo não é um elemento acessório na sociedade contemporânea, mas, ao contrário, é o que a caracteriza predominantemente. Ele deixa de ser apenas o resultado do desenvolvimento econômico e assume uma posição de centralidade na organização social e cultural do mundo (RETONDAR, 2007).
No capitalismo industrial, o consumo já existia, porém como elemento complementar à produção, para dar-lhe vazão e completar-lhe o ciclo. Na fase atual, a produção torna-se complementar ao consumo; produção, no caso, que não é apenas de mercadoria, mas de seu signo. Numa primeira fase do capitalismo, o consumo era gerado por causa da produção excessiva; no momento atual, a gestação do consumo independe da produção; diria até que é aquele que determina esta: produzem-se primeiramente os sonhos e só depois os objetos.
Autores como Zigmund Bauman consideram que a liberdade do consumidor atrelada ao mercado de consumo substitui a posição mantida pelo trabalho no capitalismo moderno. O consumo e não o trabalho se torna o eixo em torno do qual gira o mundo da vida (BAUMAN, 1992). Para esse autor, o estágio presente da era moderna se caracteriza pela “fluidez”, que “emergiu do derretimento radical dos grilhões e das algemas que, certo ou errado, eram suspeitos de limitar a liberdade individual de escolher e de agir” (BAUMAN, 2001, p. 11).
Evita-se o durável, deseja-se o transitório. Na verdade, Bauman acredita que essa é uma característica da modernidade desde o seu princípio: ela é “líquida” e sempre procurou “derreter os sólidos”. Ele afirma que a modernidade pode ser definida como “a época, ou o estilo de vida, em que a colocação em ordem depende do desmantelamento da ordem ‘tradicional’, herdada e recebida” (BAUMAN, 1998, p. 20). A nova ordem, entretanto, que deveria ter se firmado em novos e aperfeiçoados sólidos, parece não ter se sustentado, fazendo com que aquele traço permanente da modernidade – sua liquidez - adquirisse uma nova força: “O que está acontecendo hoje é, por assim dizer, uma redistribuição e realocação dos ‘poderes de derretimento’ da modernidade” (BAUMAN, 2001, p. 12).
Sob outra ótica teórica, mas sem deixar de apreender esse traço da modernidade, Jean Baudrillard sugere que o pós-moderno se separa do moderno quando a produção de demanda – dos consumidores – se torna central (LYON, 1998). É dele a percepção de que a sociedade contemporânea se compõe de simulacros, uma espécie de hiper-realidade, em que os anúncios e o investimento na imagem “implodem” a realidade. Baudrillard trabalha a idéia de consumo dentro da lógica do valor, mas não o valor de uso ou de troca e sim o “valor de signo”. O significado dos bens não provém das classes sociais, pois os objetos estão dispostos autonomamente; nesse processo, é o sujeito que perde a sua autonomia, obedecendo a uma lógica do desejo, que ele satisfaz, mas nunca realiza. Evidentemente, essa visão questiona a teoria marxista do valor das mercadorias.
O excelente trabalho de Retondar (2007) reconstitui a trajetória do desenvolvimento da “sociedade de consumo” a partir de suas origens no século XVIII e procura determinar o papel que ocupa no atual contexto do capitalismo globalizado. Para este autor, a orientação racional do consumo foi sendo gradativamente corrompida “pela crescente formação de um conjunto de necessidades virtuais que se aproximam do gozo e da fruição (...) por intermédio de um consumo conspícuo disseminado principalmente entre os segmentos médios e de elite burgueses na Europa a partir da segunda metade do século XVIII e a primeira do século XIX” (p.25). Assim, o consumismo, que não é apenas o reflexo inevitável do crescimento da produção, cresceu como uma ética oposta à ética de acumulação, uma outra lógica social marcada pelo crescimento do luxo, do lazer e do conforto. Trata-se, consoante Retondar, de uma verdadeira ruptura “que irá se acentuar durante todo o século XX, quando o consumo irá se espraiar para grandes segmentos sociais atrelado ao desenvolvimento dos sistemas de comunicação social, ao alargamento das classes sociais intermediárias do capitalismo contemporâneo e às transformações técnicas ocorridas na esfera da produção, esta última responsável pela formação de um mercado de bens de consumo efetivamente massificado” (RETONDAR, 2007, p. 45).
Com base nesses e noutros autores, pode-se afirmar que “se a pós-modernidade tem algum sentido, ela significa a sociedade de consumo (...). O consumismo é global, não no sentido de que todos podem consumir, mas no de que todos são afetados por ele” (LYON, 1998, p. 104).
Na realidade, o consumo sempre existiu na sociedade capitalista. Colin Campbell (2001) apontou para a, por assim dizer, pré-história do consumismo, demonstrando como o romantismo desempenhou uma função importante na sua gênese. Ele critica a teoria emulativa e acaba concluindo que a sociedade de consumo antecede a sociedade industrial e que “a revolução do consumo, na realidade, foi levada adiante por meio de uma ética do consumidor especificamente burguesa” (CAMPBELL, 2001, p. 56).
A posição de Campbell não deixa de ser bastante intrigante, colocando um elemento importante na discussão iniciada por Max Weber em A ética protestante e o espírito do capitalismo. Até pelo título do seu livro – A ética romântica e o espírito do consumismo moderno – em evidente analogia com o clássico weberiano, Campbell chama a atenção para a presença do consumismo na fase inicial do capitalismo e que esse elemento comportamental se gerou no próprio ambiente burguês.
Entretanto, não há como negar o distintivo da sociedade atual nesse aspecto. Para Campbell, ele reside na insaciabilidade inexaurível do consumidor moderno, em que as carências dos indivíduos se levantam sempre, como uma fênix, das cinzas de suas antecessoras: “Consequentemente, mal uma se satisfez e outra já se acha à espera preparada, reclamando a satisfação; quando esta é atendida, uma terceira aparece, então, subsequentemente, uma quarta e assim por diante, aparentemente sem fim” (CAMPBELL, 2001, p. 59). Ao se perguntar sobre como isso ocorre, Campbell rejeita as teorias existentes ligadas ao instintivismo e ao manipulacionismo, e procura distinguir os conceitos de prazer e utilidade para, a partir daí, desenvolver uma teoria do comportamento do consumidor moderno, que se apoiaria mais numa estrutura de pensamento hedonista do que utilitária. O prazer, na visão de Campbell, não é tanto um estado de ser quanto uma qualidade da experiência; a conduta dirigida para a satisfação e aquela dirigida para o prazer tendem a tomar diferentes formas: procurar satisfação é envolver-se com objetos reais enquanto procurar prazer é expor-se a estímulos. “Assim, enquanto só a realidade pode proporcionar satisfação, tanto ilusões como enganos podem dar prazer” (Campbell, 2001, p. 91). Essa seria a peculiaridade do consumismo atual.
O consumismo contemporâneo está associado, portanto, a uma espécie de cultura do prazer. “O prazer, uma vez visto como o inimigo da industriosidade capitalista, agora desempenha uma função indispensável” (LYON, 1998, p. 101). A busca pelo prazer sempre foi uma coisa humana. Entretanto, o hedonismo tradicional era determinado pelo objeto, ou seja, pelo poder de sedução contido nele mesmo, em sua utilidade, nas vantagens que este podia oferecer ao indivíduo tanto no nível da satisfação de necessidades como na distinção social. O hedonismo moderno, ao contrário, está prioritariamente ligado ao indivíduo; não com o objeto em si, que importa menos, mas com aquilo que é projetado nele pela capacidade imaginativa do indivíduo. O prazer moderno não está ligado diretamente ao sensorial e sim à representação imaginativa que se faz dos objetos.
O desejo conta mais do que a vontade. Assim é que o próprio projeto identitário dos indivíduos “se traduz num projeto de posse de bens desejados e na busca de estilos de vida artificialmente modelados” (GIDDENS apud LYON, 1998, p. 93). Isso reduz a capacidade dos indivíduos adquirirem valores permanentes, tornando a sociedade efêmera em sua natureza; as pessoas apresentam identidades instáveis e, de um modo geral, a qualquer fixação de compromisso, preferem ter opções abertas (BAUMAN, 1998).
Douglas & Isherwood (2006) dá precedência à interação social para definir o consumo. Em O mundo dos bens, eles criticam os sociólogos que, segundo eles, tendem a acreditar com muita rapidez que a emulação, a inveja e o empenho em fazer melhor do que os vizinhos são as intenções que alimentam o consumo. “Nada tem valor em si mesmo”, afirmam Douglas & Isherwood (2006, p. 41). O valor de cada coisa depende de seu lugar numa série de outros objetos complementares. Assim, a abordagem antropológica captura todo o espaço de significação em que os objetos são usados depois de comprados: “Dizer de um objeto que ele está apto para o consumo é o mesmo que dizer que o objeto está apto a circular como marcador de conjuntos particulares de papéis sociais” (DOUGLAS & ISHERWOOD, 2006, p. 41). Essa posição, embora sob outro foco de análise, não se afasta substancialmente, a meu ver, do modo sobre como enxergar na sociedade atual o consumo como um dos seus elementos principais.
É verdade que outros autores consideram esse tipo de abordagem – a saber, a classificação da sociedade atual como “sociedade de consumo” – uma generalização sociológica que tem a “óbvia missão ideológica de demonstrar, para seu próprio alívio, que a nova formação social em questão não mais obedece às leis do capitalismo clássico, a saber, o primado da produção industrial e a onipresença da luta de classes” (JAMESON, s/d, p. 29). Entretanto, essas vozes dissonantes não conseguem obscurecer o óbvio. As mudanças recentes inviabilizaram a utilização exclusiva da análise marxista da luta de classes e seus desdobramentos para compreender a sociedade. A nova cultura global não é, como afirma Jameson (Ibid., p. 31), uma mera “expressão interna e superestrutural de uma nova era de dominação, militar e econômica, dos Estados Unidos sobre o resto do mundo”. O consumo é que se transformou num elemento onipresente na sociedade contemporânea, perpassando com maior ou menor intensidade todos os seus setores e constituindo-se na base de uma nova ética de conduta (RETONDAR, 2007).

3. A religião na sociedade de consumo

Parece não haver dúvidas de que o consumo é um elemento forte na sociedade contemporânea, e quiçá, a sua característica principal. Esse novo princípio de comportamento social – não tão novo assim, diria Campbell – perpassa os diversos setores da vida social: política, economia, vida familiar e cotidiana, artes, entre outras: “Uma vez estabelecida, uma cultura de consumo dessa espécie é não-discriminadora e tudo se transforma num item de consumo, até o significado, a verdade e o conhecimento” (SAMPSON apud LYON, 1998, p. 16).
Da lógica do consumo parece não escapar nem mesmo a religião, embora esta possua uma espécie de “núcleo duro”, que se baseia nos dogmas de fé e que deveria fornecer elementos que a possibilitasse manter a autonomia de suas convicções. Dessa maneira, cabe a pergunta: até que ponto a religião está condicionada ao novo princípio norteador da sociedade e, mais ainda, ela mesma assume características que induzem a pensar em uma religião para o consumo?
Variados autores têm associado prática religiosa com consumismo. Reginaldo Bibby argumenta que a religião “se tornou um item de consumo delicadamente embalado – assumindo seu lugar entre outras mercadorias que podem ser compradas ou rejeitadas de acordo com os caprichos de consumo de cada um” (Apud LYON, 1998, p. 95). Bauman (1992) não hesita em afirmar que, uma vez que a escolha do consumidor foi posta como eixo em torno do qual gira a reprodução do sistema capitalista, a variedade e a diferenciação dos sistemas de crença se tornam condições do seu sucesso.
O cristianismo, particularmente, dá sinais de adesão a essa lógica, na medida em que tenta redefinir diversas de suas posturas tradicionais, sem dúvida para atender a novas demandas. De maneira visível, isso está presente nas igrejas neopentecostais que têm na teologia da prosperidade o elemento central do seu discurso e que dão sinais de que não intentam necessariamente criar laços de pertença comunitária em torno de suas denominações, mas apenas manter um público numeroso em torno de seus cultos, traduzindo em encantamento o exercício de devoções religiosas. A teologia da prosperidade significaria uma nova ética religiosa burguesa, alinhada à sociedade de consumo, assim como o ascetismo puritano, segundo a clássica análise weberiana, combinava com o acúmulo e a produção de riquezas.
Entretanto, não é apenas no neopentecostalismo que se observam sintomas de prática religiosa consumista. Mesmo as igrejas cristãs tradicionais e, especialmente, a Igreja Católica, tem procurado renovar suas práticas litúrgicas e pastorais, visando atingir um público que se torna cada vez mais exigente em termos de religião. O catolicismo não é mais aceito de forma unânime e necessita dar provas de sua vitalidade para adquirir ou manter os fiéis.
Alguns autores chegam a usar a metáfora do “mercado” para caracterizar o fenômeno religioso atual (GUERRA, 2000). As instituições religiosas tentam se adequar ao “mercado” porque efetivamente ele existe. Sua origem está na autonomia radical que a sociedade outorga ao indivíduo. Nessa construção, a religião pode se tornar, assim como qualquer produto, objeto de desejo e não de necessidade. Isso não seria estranho à experiência religiosa, uma vez que seu princípio “encontra um denominador comum no desejo seduzido, a inclinação fascinada e irresistivelmente atraída pelo mistério do Outro, que envolve, seduz e apaixona com sua beleza e sua ‘diferença’, que provoca o impulso incontrolável de aproximação, abraço e união” (BINGEMER, 1998, p. 80).
De certa maneira, a religião tem uma dimensão erótica, pela qual os indivíduos deixam-se atrair e envolver-se numa relação que deles se apossa tão intensamente, que pode se transformar no principal eixo de sua vida, seu centro de valores e de sentido. Talvez por causa disso, algumas experiências místicas tenham sido comparadas com relacionamento sexual; para alguns, certas narrações de Santa Teresa de Ávila, por exemplo, assemelha-se à descrição de um orgasmo.
A religião, portanto, por sua própria natureza, seria espaço de prazer. Bingemer (1998) afirma que o sagrado é inútil, no sentido de que ele não acrescenta nada à vida biológica. Deus seria, então, objeto de desejo e não de necessidade. Esse raciocínio leva a crer que a busca religiosa contemporânea obedece à lógica da sociedade de consumo, não só por razões circunstanciais, mas também porque a dimensão do prazer pertence ao próprio caráter do experimento religioso.
Todavia, a mesma autora faz uma alerta: várias religiões fazem exigências fortes, que retiram a pessoa da dimensão do prazer para a dimensão do esforço e da resignação. Hoje, como antes, “nos encontramos ainda com pessoas capazes de passar horas e horas de seu tempo em cultos, celebrações e cerimônias de louvor; pessoas capazes de, em nome de sua fé nesse Deus ‘inútil’, entregar suas vidas num sacrifício que faz tremer nossos corpos e mentes modernizados e ávidos de conforto e consumo” (BINGEMER, 1998, p. 82-83). Essas pessoas estão, inclusive, dispostas a ir ao encontro da própria morte em estado feliz de exaltação e a canalizar todo o seu potencial humano e a quase totalidade de seu tempo, energias, criatividade e recursos em favor de sua fé.
Nessas atitudes, onde foi parar o consumismo? Não se pode afirmar, sem evidente impropriedade, que se trata de um “investimento” para obter um prazer futuro ou que o prazer e o consumo estariam camuflados, sob a forma de uma satisfação pelo bem que essas pessoas sentem que estão fazendo. Não creio que isso seja suficiente para explicar uma experiência tão ampla e complexa. E ainda que seja isso, essa atitude não pode ser associada exclusivamente à lógica consumista atual, pois atitudes como essas existiram em todas as épocas. Trata-se de atitudes análogas, motivadas por realidades culturais diferentes? Se assim o for, fica evidente que o elemento cultural motivador, seja ele qual for, apenas incita algo que já existe na pessoa humana.
Esse e outros elementos próprios da experiência religiosa alertam para que o juízo acerca da religiosidade atual seja feito com cautela e sem precipitações, procurando vislumbrar o maior número possível de seus matizes. A prudência científica determina que se projetem diversos olhares, para que algumas conclusões sejam mais acertadas. Adiante, tento elaborar preliminarmente um desses focos, a saber, sobre as comunidades carismáticas, uma das maiores expressões do despertar religioso contemporâneo. A prática de uma delas, a Comunidade Canção Nova, por razões aqui já apontadas, pode dar boas indicações sobre a relação entre religião e sociedade de consumo.

4. A comunidade Canção Nova e a lógica do consumo

Além da manutenção de um canal de televisão, a Comunidade Canção Nova atua por meio de diversas rádios espalhadas pelo Brasil, um portal na internet, eventos de massa e obras sociais. Civilmente constituída como uma fundação (Fundação João Paulo II), A Canção Nova está sediada na cidade de Cachoeira Paulista, interior de São Paulo e tem filiais em várias cidades do país e núcleos na Itália e em Portugal.
Mas é especialmente através do seu canal de televisão que a Canção Nova estabelece relações com pessoas de variadas partes do Brasil e do mundo, oferecendo uma proposta religiosa que se baseia na oração e na fé confiante na ação de Deus na vida concreta das pessoas; a mensagem da Canção Nova comporta, ainda, a fidelidade aos mandamentos da Igreja Católica e certa austeridade moral.
Pelos serviços oferecidos, a comunidade pede uma contrapartida financeira de seu público. Essa solicitação é indireta. A TV é aberta e gratuita e a programação é destinada a todos os tipos de público. Entretanto, os apresentadores dos programas enfatizam bastante a necessidade financeira da comunidade para manter o trabalho midiático. O apelo se torna mais intenso no fim de cada mês, quando se aproximam as datas de cumprir com os compromissos assumidos junto aos órgãos ou empresas que dão sustentação técnica e legal à TV.
Enquanto a maioria dos canais de televisão sustenta-se por meio de inserções comerciais em sua programação, a TV Canção Nova opta por um diálogo franco com seu público, indicando expressamente de quanto precisam para cumprir os compromissos financeiros e solicitando das pessoas que façam doações . São duas as motivações dadas: os benefícios que a programação traz para o telespectador e sua família e, por outro lado, a chamada para que a pessoa seja, através de sua contribuição, um evangelizador junto com a comunidade, ou seja, participe ativamente de sua missão.
É sabido que o usufruto de uma TV comercial é gratuito apenas enquanto o consumidor não precisa desembolsar diretamente um valor (como quando paga uma TV por assinatura); entretanto, o pagamento está implícito na adesão que faz aos produtos divulgados. A TV Canção Nova pleiteia uma espécie de sustentação direta, optando por não veicular propagandas comerciais e recorrendo às motivações do seu público. Frequentemente vê-se os apresentadores inserirem em seu discurso, tacitamente, a possibilidade da TV sair do ar caso não haja uma contrapartida do público consumidor.
Essa relação pode ser vista como uma relação comercial. Assim a avalia Braga (2004, p. 121): “Podemos considerar que a relação entre a TVCN e seus sócios telespectadores configura-se como uma relação de troca onde, por um lado a Canção Nova oferece ao público novas formas de ser católico dentro da Igreja Católica e, por outro, esse público colaborador garante aos seus membros a possibilidade de exercerem sua ascese”. A visão sob essa perspectiva é reforçada pelo fato da comunidade oferecer uma quantidade significativa de outros produtos religiosos, além de sua programação televisiva, como livros, CDs, vestuário, artefatos, objetos de uso pessoal, entre outros. Esses produtos são amplamente comercializados através de um departamento de vendas .
Entretanto, a relação da Comunidade Canção Nova com seu público inclui outros elementos. O próprio Braga (2004) observa que o discurso cançãonovista está fundamentado muito mais sobre o binômio “providência e compromisso” do que sobre o contexto “mercado e consumismo”. A partir da observação de que a TV Canção Nova não faz uso de inserções publicitárias, ele indica que esta seria uma opção no sentido de não precisar submeter-se às regras do mercado e ter autonomia diante do que possa gerar desconforto em relação à visão de mundo e ao ethos da comunidade. O autor reconhece que se trata de uma opção até o momento bem sucedida.
A aposta na providência de Deus é uma ação comportamental que está na contra mão da sociedade de consumo. Por ela, os membros da Canção Nova assumem uma postura de rompimento com a lógica da sociedade contemporânea e a transmitem de algum modo ao seu público. Requisitam dele um pacto, tentando fazer com que os telespectadores, especialmente os sócios formais, sejam fiéis à sua doação e, em situações de risco, façam algo mais para dar sustentação financeira ao trabalho. O elemento utilizado aqui é o compromisso: com Deus, primeiramente, e com a comunidade como “um projeto de Deus”. Esse é outro elemento que, aliado à idéia de providência, se introduz na relação da CN com seu público e afasta essa relação de uma afinidade meramente consumista.
O compromisso não é um componente da lógica consumista. Ele se aproxima mais de relações do tipo comunitárias, que exigem maior nível de envolvimento subjetivo e de sentido de pertença, para além duma relação fundamentada no consumo. De maneira geral, em casos como este, as pessoas têm três motivações para fazer doações financeiras, que aqui associo propositadamente à tipologia weberiana das ações. A primeira é o encantamento. Para dar dinheiro, as pessoas precisam estar encantadas com o objeto ou com sua finalidade. No caso específico, seria necessário um encantamento religioso, fruto de uma experiência mística que pode ter se dado por meio da própria TV; a grade de programação, através do que ela provoca de positivo no indivíduo, também pode gerar encantamento.
É necessário ressaltar, entretanto, que o encantamento não tem perenidade (dificilmente alguém fica encantando com o mesmo objeto a vida toda). Numa lógica de consumo, manter o encantamento exigiria que o produtor (no caso, a TVCN), estivesse sempre se acomodando às demandas novas que seu público requisita. Apesar de variar sua programação, a TVCN não se afasta de um eixo fundamental centrado no anúncio do Evangelho e longe está da capacidade de variação de que dispõem os canais comerciais. Esse mecanismo poderia explicar o comportamento de muitas pessoas que aderem à CN, tornam-se seus sócios, mas depois abandonam gradativamente seu compromisso e deixam de contribuir financeiramente com ela.
A segunda motivação são as razões no sentido utilitarista. As pessoas devem estar convencidas de que obtêm vantagens ao fazer doações financeiras, ainda que estas vantagens sejam de caráter espiritual, mas que estariam dentro de suas finalidades. Uma relação utilitarista também se dissipa com certa facilidade, tão logo as pessoas sejam movidas por outras ações racionais referente a fins.
A terceira e última possibilidade de que alguém faça doações financeiras em projetos religiosos é o sentido de pertença. Esse elemento é tipicamente comunitário e acontece quando as pessoas tomam parte na missão da instituição para a qual contribuem. Elas se sentem sujeitos daquela ação e cooperam decisivamente para ela. As pessoas estão relativamente convencidas disso; identificam-se com o “carisma” próprio da instituição e, de certa maneira, colocam-na entre suas prioridades.
Embora os contribuintes da Canção Nova tenham motivações diversas, acredito que esse terceiro elemento – o sentido de pertença – que se gera através do próprio canal de televisão, é o que garante a perenidade das ajudas e a continuidade do trabalho da comunidade. A contribuição fiel e duradoura, a meu ver, é prioritariamente o resultado da perenidade dessa pertença. Os doadores assumem uma espécie de ação racional com relação a valores. Os sócios fiéis são, em princípio, aqueles que podem ser considerados como verdadeiros membros da Comunidade Canção Nova, cujos laços se estabelecem por via midiática.
Isso indica que a Comunidade Canção Nova é responsável pela gestação de uma nova possibilidade de contato entre fiéis do mesmo credo, constituindo-se possivelmente numa “comunidade midiática”. Ao penetrar via satélite nas casas dos católicos, sobretudo dos carismáticos, ela gera vínculos muito fortes, baseados num sentido de pertença que o expectador desenvolve para com a comunidade. Isso pode significar que um católico que acompanha assiduamente a programação da TV sente-se mais vinculado a ela do que à sua própria comunidade religiosa territorial.
Em alguns lugares, notadamente onde a organização paroquial é dispersa, os simpatizantes da Canção Nova possivelmente estejam constituindo uma comunidade paralela ao núcleo eclesial local. O contato intenso e a partilha dos ideais, somados algumas vezes à insatisfação com relação ao organismo comunitário local, coloca as pessoas num patamar mais amplo e diferente das relações territoriais tradicionais, pleiteando a composição de uma nova realidade social: a relativa desterritorialização do universo religioso do catolicismo. Assim, embora a comunidade em termos concretos continue situada num território específico, os indivíduos dispõem de novas formas de compartilhamento da sua filosofia religiosa e a partir delas podem constituir uma comunidade desterritorializada (OLIVEIRA, 2003).
É interessante ressaltar, que a Comunidade Canção Nova apresenta-se ao expectador, muito mais em seus aspectos positivos do que negativos. Isso se deve não apenas à forte convicção dos líderes daquela comunidade, mas também, porque à distância, os simpatizantes estão livres das tensões do cotidiano. Nesse sentido, a comunidade é mitificada. Analisando primariamente pesquisas feitas pelo Departamento de Marketing da Fundação João Paulo II, pude encontrar sinais de que algumas pessoas ficam decepcionadas quando visitam Cachoeira Paulista, embora isso não seja suficiente para que rompam em definitivo os laços que elas mantêm com a comunidade.
Esses elementos que se introduzem na relação da Comunidade Canção Nova com seu publico, observados diretamente por mim através da TV ou de visitas à sede da comunidade, obrigam a considerar que a lógica estabelecida não é meramente uma lógica de consumo, mas inclui uma dinâmica de outra natureza sociológica. Os programas da TVCN são diferentes até mesmo daqueles veiculados por suas co-irmãs católicas (Rede Vida, TV Século XXI e TV Aparecida). Os apresentadores se partilham com o público, fazem emergir os sentimentos que estão sendo compartilhados na própria vida interna da comunidade. Isso faz com que não sejam apenas eles que entram nas vidas das pessoas; de certa maneira, as pessoas são introduzidas na vida da comunidade e isso faz com que elas se sintam parte dela e não receiem em fazer de sua manutenção uma verdadeira causa própria.
Ao mesmo tempo, o consumismo é uma prática rejeitada internamente, opondo-se aos ideais dos membros da Canção Nova. Até mesmo o marketing na TV “passa por um processo de ‘conversão’: se pressupõe um deslocamento da esfera do ‘consumismo’ para a esfera da ‘missão evangelizadora’ da Canção Nova” (BRAGA, 2004, p. 117).
É também Braga (2004) que reconhece que na medida em que tudo o que envolve a Canção Nova passa a ser compreendido como um projeto de Deus, o consumo de bens religiosos assume outro significado: “essa prática não é interpretada como uma prática consumista, posto que ela está revestida e incluída dentro de um significado maior no qual se insere a missão da Canção Nova” (p. 121-122).
Em Catolicização do cotidiano, cotidianização do catolicismo (2006), Braga chega a salientar que a relação que certos telespectadores estabelecem com a TV Canção Nova é algo que vai além do hábito de assistir à programação, faz parte de um envolvimento mais amplo: “O caso da Canção Nova é um tipo de experiência midiática carismática católica que possibilita a refração, no interior do catolicismo, não apenas de outras linguagens religiosas, mas também de novas práticas religiosas” (BRAGA, 2006, p. 4).
A meu ver, Braga não consegue qualificar aquilo que identifica. Para ele, esse envolvimento “mais amplo” não passa de consumo de serviços. Afirmo que a Comunidade Canção Nova está estabelecendo, através da mídia televisiva, laços de pertença que vão além de satisfação de necessidades puramente devocionais. Eles estão constituindo uma “comunidade midiática”, cujas características e natureza sociológica pretendo aprofundar na minha tese.
Preliminarmente, é possível afiançar que o elemento “comunidade” parece ser o diferenciador da postura da Canção Nova na relação com seu público, indo além de uma lógica do consumo. É o fato de ela construir e fomentar laços de pertença que a exime de condicionar radicalmente sua atuação às exigências do mercado religioso, embora seu instrumento principal seja um veículo midiático e ela responda de alguma maneira à tendência geral de consumir bens religiosos que se encontra também no seu público. Responder a essas demandas se constitui numa outra maneira de manter as pessoas vinculadas à instituição, mas que, a meu ver, ocupa lugar acessório nesse processo. A Canção Nova promove algo mais, que vai além da sociedade de consumo e que a qualifica como uma “comunidade”.
Por fim, é necessário esclarecer que, ainda que a relação estabelecida entre a Canção Nova e seus telespectadores obedeça a certos padrões do consumismo contemporâneo, não há nos membros da CN nem em sua ideologia interna a intenção de formatar essa relação dentro de uma lógica de consumo. Seu estilo de vida longe está de uma adequação à sociedade de consumo, significando muito mais uma opção de estar “fora do mundo” enquanto atitude comportamental, embora se insiram “no mundo” visando interferir no modo como a sociedade se organiza.

5. Considerações finais

A título de considerações finais, devo tentar sintetizar as proposições indicadas no decorrer deste artigo, que visaram responder às questões formuladas no seu início. Não restam dúvidas de que, sendo o consumismo um traço característico da sociedade contemporânea, ele está presente também na esfera religiosa. É verdade que a religião sofre os apelos do consumismo e que, para manter-se como referência simbólica, necessita responder às demandas atuais, modificando-se segundo essas mesmas demandas.
Entretanto, é precipitado identificar nas expressões religiosas a presença exclusiva – ou mesmo predominante – desse elemento. Também não se pode ver o “mercado” religioso como um reflexo das atitudes comportamentais de outros setores da sociedade, como se o comportamento religioso fosse determinado pelas circunstâncias sociais de outro caráter. A religião permanece guardando sua esfera de autonomia, uma espécie de áurea transcendente que escapa às determinações da cultura secular. O consumismo, portanto, não pertence à natureza própria das relações entre as instituições religiosas e seus fiéis, embora nelas esteja presente.
Conquanto preliminarmente, as constatações obtidas sobre a Comunidade Canção Nova apontam para essa autonomia. Ao centrar seu discurso na providência de Deus e no compromisso dos seus sócios, a CN promove um sentido de pertença que a distancia da lógica consumista e dá-lhe características de uma “comunidade midiática”. Dessa maneira, a comunidade e sua atuação apontam para a amplitude do fenômeno religioso, sobre o que a ciência social necessitará sempre de um olhar cuidadoso.
Tendo a pensar, finalmente, que a cultura do consumo não é uma ordem social para além da modernidade, mas uma nova fase de seus desdobramentos. Com essa afirmação, não tenho em mente um desenvolvimento teleológico do capitalismo, mas intento indicar a impressionante capacidade desse sistema de assumir diferentes matizes, conforme as demandas que se lhes apresentam e de acordo com as suas necessidades.
Qualquer que seja a terminologia que se use – modernidade tardia (Giddens), modernidade reflexiva (Beck), supermodernidade (Balandier) ou pós-modernidade (Bauman) – a sociedade contemporânea revela esse novo contexto, marcado pela nova ética de orientação do comportamento social – o consumismo – que significa, nesse momento, a base de sustentação simbólica do capitalismo e de sua expansão.

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