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sábado, 23 de junho de 2012

Olá, amigos.

Gostaria de recomendar o livro Carta ao pai, de Franz Krafka. Acabo de fazer sua leitura e, como todas as obras deste autor, traz uma carga emocional muito forte, ademais, a coragem dele em expor deste modo seu relacionamento do seu pai.

Apesar do título e do estilo ser, da fato, uma carta, Kafka jamais chegou a enviar a missiva.
Penso que todos os pais deveriam ler esta obra. Talvez para evitar que causem os mesmos males e traumas que o pai de Kafka lhe causou. Talvez até mesmo inconscientemente.

Tal foi a marca deixada pelo pai nele, que Kafka chega a dizer: “Meus escritos tratavam de você, nele eu expunha as queixas que não podia fazer no seu peito”.

O intrigante deste livro é o tom triste com que ele fala do pai, mas ao mesmo tempo, sem rancor e mesmo com grande carinho e amor.

Abaixo, transcrevo um trecho que muito me chamou a atenção:

A dá a B um conselho franco, correspondente à sua concepção de vida, não muito bonito, mas de qualquer modo ainda hoje perfeitamente usual na cidade e que talvez impeça prejuízos à saúde. Moralmente esse conselho não é  muito reconfortante para B, mas não há razão alguma para que, no curso dos anos, ele não se recupere do dano; de mais a mais, ele certamente não precisa seguir o conselho e, seja como for, não há no próprio conselho nenhum motivo para que todo o mundo futuro de B desmorone. E, no entanto, alguma coisa assim aconteceu... mas só porque você era A e eu sou B”.

(Carta ao pai, p. 63).

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