Transcrevo, abaixo, uma crônica bem interessante e inusitada do Pe. Jose Antonio Fortea, exorcista da Arquidiocese de Madri, na Espanha.
Ontem caiu um pacote de iogurte natural
da esteira do caixa do supermercado. Os iogurtes caíram quando a moça do caixa
apertou o botão para que as mercadorias avançassem na esteira. A culpa foi da
cliente, de meia idade, que não tinha grandes conhecimentos de arquitetura nem certo
senso comum para saber a quantidade de caixas que poderia ser empilhada.
Desafortunadamente, os iogurtes caíram de
uma forma muito concreta que fez com que eles se abrissem. Normalmente não se
abrem. Se amassam, mas não na se abrem. Mas, desta vez, sim. Eu, neste exato
momento, estava agachado desenganchando uma cesta de compras que estava dentro
de outra. Os iogurtes salpicaram em toda perna da minha calça, chegando as
manchas brancas até minha camisa.
O iogurte era natural. As manchas
brancas sobre minha batina preta não deixavam de ter uma certa beleza por conta
do contraste. Por mais que me dessem primeiro papel para me limpar e depois
lenços umedecidos, ainda continuei sujo. Não apenas estava manchado, mas que, além
disso, me sentia sujo.
Eu que havia sido testemunha daquela
cena, ainda não podia encontrar ninguém para pôr a culpa. Apenas cabia a mim
culpar o azar ou a uma conjunção premeditada de causalidades baseada na
existência de um Motor Imóvel. A partir de uma visão neoplatônica do
acontecido, tudo era pura aparência. Vistas deste âmbito supralunar das almas
das esferas, essas manchas tinham pouca entidade. Mas aquelas condenadas
manchas resistiam, apesar das atenções das operadoras de caixa com suas
toalhinhas.
Fonte: http://blogdelpadrefortea.blogspot.com.br/2016/05/no-fue-el-azar-el-que-hizo-que.html
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