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domingo, 31 de outubro de 2010

Olá, irmãos.
Segue, abaixo, trecho do livro ¿Cómo Predicar?, de Padre Diego Jaramillo. Em breve, com a graça de Deus, esta obra terá sua versão em português. Até lá, aproveite este trecho como conteúdo de formação para o seu ministério de pregação. Neste texto, padre Diego trata da importância do sinais que devem acompanhar nossas pregações.




 
 
PREGAR E CURAR

À pregação de Jesus e de seus primeiros discípulos se associam permanentemente o anúncio verbal do Evangelho e as curas. Recordemos algumas passagens dos textos sagrados, a fim de comprovar.

1. Ministério de Cristo
Jesus prega o Evangelho e cura toda enfermidade (Mt 4,23;9,35) e, aplicando a si um texto do profeta Isaías, afirma que o Espírito Santo é quem o impele a anunciar as boas notícias, a pregar e a curar (Lc 4,18).
O evangelista Lucas narra como as pessoas vinham para ouvir a Jesus e para serem curadas de suas enfermidades (Lc 6,17). Igualmente, no livro dos Atos, Lucas recorda a pregação de São Pedro, segundo a qual Jesus andou pregando o Evangelho e curando aos oprimidos pelo Diabo (At 10,3).

2. O mandato de Cristo aos discípulos
Ao enviar os discípulos, Jesus lhes confia uma dupla missão: “pregar e curar”. A este respeito podem ser consultadas numerosas passagens do Evangelho. São Marcos recorda que o Mestre estabeleceu “doze”, para enviá-los a pregar e para que tivessem autoridade para curar enfermidades e expulsar os demônios (Mc 3,14-15).
O mesmo evangelista nos conta, ao final de seu livro, que o Senhor enviou os discípulos a pregar o Evangelho a toda a criatura e lhes prometeu que haveria sinais para acreditarem em sua palavra: expulsariam os demônios, falariam línguas novas, não sofreriam ataques de serpentes e curariam enfermos (Mc 16,15-18).
São Lucas nos transmite um ensinamento semelhante. Segundo ele, Jesus deus aos “doze” poder e autoridade sobre os demônios, para curar enfermidades, os enviou a pregar o Reino de Deus e para curar os enfermos (Lc 9,1). Em outra passagem de seu livro referindo-se, já não aos doze, mas aos setenta discípulos, Jesus lhes diz que, na casa onde eles hospedarem, que curem aos enfermos que ali houver e que lhes anunciem a proximidade do Reino de Deus (Lc 10,9).

3. Ministério dos discípulos
Marcos, Lucas e, também a Carta aos Hebreus, narram como os primeiros pregadores do Evangelho realizaram sua missão de palavra e de obra: São Marcos conta que, depois da ascensão, os discípulos pregaram em todas as partes e, que o Senhor, lhes ajudava e confirmava sua palavra com os sinais que a seguiam (Mc 16,20).
No livro dos Atos lemos que Pedro e João, ao sair do cárcere, reunidos com os demais discípulos, oraram pedindo valentia para pregar a palavra e, que o Senhor estendesse sua mão para realizar sinais e prodígios (At 4,29-30). Como um eco de vivências parecidas, a Carta aos Hebreus transmite, ao recordar que aqueles que ouviram o ensinamento do Senhor, o transmitiram enquanto Deus dava testemunho deles com sinais e prodígios e, com toda a sorte de milagres e dons do Espírito Santo (Heb 24).

4. O ministério de Filipe, Barnabé e Paulo
Os atos apostólicos atestam que as pessoas escutavam tudo quanto Filipe dizia e que presenciavam os sinais que realizava (At 8,6). No mesmo livro, nós lemos que, em Icônio, Paulo e Barnabé falavam com coragem e que, por suas mãos, o Senhor realizava sinais e prodígios, testemunhando, assim, com sua graça, a pregação de seus seguidores (At 14,3).
O apóstolo Paulo, pessoalmente, nos recorda o que foi o seu ministério, nas seguintes passagens de suas cartas aos cristãos de Tessalônica, de Corinto e de Roma: “O nosso Evangelho vos foi pregado não somente por palavra, mas também com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção” (I Tes 1,5).
“A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (I Cor 2,4-5). “Os sinais distintivos do verdadeiro apóstolo se realizaram em vosso meio através de uma paciência a toda prova, de sinais, prodígios e milagres” (I Cor 12,12). “Porque não ousaria mencionar ação alguma que Cristo não houvesse realizado por meu ministério, para levar os pagãos a aceitar o Evangelho, pela palavra e pela ação, pelo poder dos milagres e prodígios, pela virtude do Espírito (Rm 15,18-19).

5. Nosso ministério
É claro que os comentadores destes textos, quando os aplicam à pregação de hoje, não podem fugir à afirmação da ação do Espírito Santo que com seus carismas apóia o ministério do Evangelho. Mas, tendem a reduzir esses sinais e prodígios para certas expressões de ordem moral, sem explicar, claramente, em que fundamentam a sua visão restrita.
Assim, o padre Jesús Lopez Gay, professor da Universidade Gregoriana, escreve: “sabemos, pela teologia bíblica, que toda palavra de salvação deve ir acompanhada de alguns sinais, prova da presença de Deus. Estes sinais que, como verdadeiros poderes, devem acompanhar a vida e atividade do missionário, vão desde o sinal da unidade (o grande sinal), a pobreza, o desapego, a entrega à causa do Evangelho, até o martírio, passando por uma série de outros sinais concretos de paciência e fé. As cartas do Novo Testamento atribuem ao Espírito Santo todos estes sinais que acompanham a obra missionária”. E o padre Joseph Masson, também professor da mesma Universidade, se expressa assim: “como para Cristo, assim também para os apóstolos, os sinais, os milagres acompanham a mensagem e formam um todo com ele. Trata-se, portanto, aqui de uma palavra eficaz: curam-se os males físicos, uma vez que se estabelece uma relação entre o homem e Deus. Jesus percorre a Galiléia proclamando em alta voz a Boa Nova do Reino e curando todos os tipos de enfermidades e doenças. Os sinais de salvação são certa, principal e primariamente interiores. Os apóstolos da primeira geração, mais de uma vez deram testemunho dos milagres propriamente ditos. Segundo este exemplo, também em nossos dias é importante que a evangelização realize milagres através da Igreja e de seus enviados: milagres de desinteresse, de amor fraterno, de serviço eficaz”.
De modo que se aceita a doutrina, mas, diante da ausência de carismas busca-se uma explicação adequada. Teria sido mais justo dizer: se agora os carismas não se apresentam mais como antes, talvez signifique que falte mais oração e mais abertura para a ação poderosa do Espírito Santo.
É Claro que pode haver sinais morais, conversões, restituição de coisas roubadas, reconciliação de inimigos. Porém, se eles acontecem, talvez com maior facilidade devessem acontecer os sinais de saúde física. Por algum motivo os fariseus ficaram surpresos de que Jesus perdoasse pecados e, o sinal de que ele realmente podia fazê-lo, foi a ordem dada ao paralítico: toma o teu leito e anda.

Tradução: Francisco Elvis Rodrigues Oliveira

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