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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

SOBRE AS MISSÕES

“Ide, pois, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. (...) Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 19s).
É com este mandato de Jesus que são Mateus encerra seu Evangelho. Podemos, logo de saída, tirarmos um ensinamentos deste texto: não sem propósito é ele que encerra o Evangelho e, acredito que isto seja para nos ensinar que toda atividade missionária é fruto de uma prévia e autêntica experiência com o amor de Deus, que nos impele a ir ao outro, o nosso irmão.
Após alguns anos de vida pública e convivendo com os apóstolos, o mestre anima seus discípulos a anunciarem, a irem ao encontro do povo e ensinar tudo o que ele lhes havia dito e o que eles experimentaram junto de Jesus, ou seja, a missão da Igreja e do todos nós, os batizados, está na experiência viva e vivificante como ressuscitado. Portanto, o anúncio da Boa Nova é, essencialmente, “testemunho”.
“O próprio testemunho da vida cristã e as boas obras feitas em espírito sobrenatural, possui a força de atraírem os homens para a fé e para Deus” (Cf. Aa, n.º 6).
Essencialmente, ao falarmos sobre missão, a Igreja entende como sendo o anúncio do Evangelho, ou kerygma. Porém, este anúncio assume formas diversas para a redenção completa do homem. O decreto Ad gentes, do Concílio Vaticano II, define missão como sendo as “iniciativas de apregoar o Evangelho pelo mundo inteiro e implantar uma comunidade cristã em todos os povos” (Cf. AG, n.º 6). Este decreto ainda divide a obra missionária em três etapas: o testemunho cristão, pregação do Evangelho e formação da comunidade cristã.
O testemunho cristão compreende não somente um modelo de vida exemplar do indivíduo, mas também e, fundamentalmente, o exercício da caridade por todo o povo e para Todo o povo. Seremos reconhecidos pelo amor. A prática do amor-caridade é uma base essencial na missão da Igreja. “Os fiéis trabalhem e colaborem com todos os outros na reta ordenação dos problemas econômicos e sociais (...). Tomem parte nos esforços dos povos que debelando a fome, a ignorância e a doença, se afadigam por melhorar as condições de vida e por assegurar a paz no mundo (AG, n.º 12).
A pregação do Evangelho está intrinsecamente ligada à conversão, onde o ser humano dá-se conta de seu pecado e também é introduzido e chamado a participar do mistério do amor de Deus (Cf. AG, n.º 13). Este outro pilar da missão se complementa com o anterior, uma vez que, naquele, pelo testemunho e caridade, o homem é elevado em sua dignidade social, neste, ele é elevado na dignidade espiritual, onde aqui ele passa a participar do mistério da liturgia e naquele, no mistério da humanidade.
O terceiro pilar da obra missionária é a formação da comunidade cristã. É preciso justamente nesta comunidade onde se realizam os momentos anteriores. Seja na sociedade civil, seja Igreja, o ser humano vive em comunidade. E toda a comunidade cristã (Igreja local, particular ou doméstica) deve ser geradora de vida para todos os que crêem em Cristo (Cf. AG, N.º 15).
Enfim, todos nós, batizados, somos chamados a ser missionários. Primeiramente como nossas vidas, testemunhando a nossa fé em Jesus Cristo e praticando a caridade. e toda esta ação deve estar iluminada pela Palavra de Deus, da qual todos devemos ser anunciadores. E, por fim, este anúncio de fé e de obras deve gerar uma comunidade cristã santa, que viva segundo o coração de Jesus.
FRANCISCO ELVIS RODRIGUES OLIVEIRA
Coordenador ministério de pregação
R.C.C. Fortaleza

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